Queridos,
não precisamos ser ricos e famosos para sermos felizes. A felicidade
não vem da riqueza nem da fama, mas sim da paz interior e do nosso
eu. É o nosso sistema psicológico que nos faz acreditarmos que uma
vida de felicidade não é uma vida de luxo ou de fantasia, para
viver aquilo que você não é.
Para
que sejamos felizes, não precisamos querer ganhar o mundo,
trabalhando dia e noite para ter carro de luxo, apartamento ou casa,
mulher ou homem, iate, escuna, avião e viajar dando voltas ao mundo.
Eu
conheço muitas pessoas que vivem nos lugares mais importantes deste
mundo, vivendo infelizes, como também conheço amigos que eram
pobres e hoje estão vivendo numa sociedade mais elevada. Entretanto,
estas pessoas estão infelizes por pagar o preço das prestações da
moradia e dos carros, para competir numa classe que não era a sua.
Muitos deles terminam perdendo tudo e voltando à estaca zero, sem
terem forças e condições psicológicas para recomeçar tudo de
novo.
Vai
aqui uma receita para voces serem felizes: devidam um pouco do que
vocês têm com os que precisam, visitem os doentes nos hospitais,
nos asilos, nos orfanatos, nas ruas, tratem bem os mais simples que
você, respeitem os mais velhos, as crianças, seus pais, seus
filhos, sejam um bom esposo ou uma boa esposa, se assim o fizer, vai
ser compreendido e realizado por ter feito o bem. Nunca se esqueçam:
é dando que se recebe. Eu falo com causa porque tive uma empresa de
Turismo e nela trabalhei por cerca de 34 anos com pessoas do mundo
inteiro, com reis e rainhas, atores e atrizes, cantores de renomes e
muitos deles só se sentiam felizes nos palcos com os holofotes,
sendo aplaudidos e se sentindo o máximo por alguns minutos de fama.
Só que depois, quando chegava nos hotéis, tinham de usar
medicamentos para dormir.
Também,
já tive clientes de São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, e outros
estados que vinham para Salvador eficavam nos melhores hotéis. Eles
me procuravam para mostrar-lhes a cidade e me contavam tudo sobre sua
vida e sua família, só para desabafar.
Concluirei
este texto com dois relatos verídicos que aconteceram comigo.
O
primeiro seu deu recentemente, quando hospedei uma amiga que é
empresária e advogada. Ela já havia passado por três casamentos e
estava só há muito tempo. Ela costumava fazer pesquisa de homens em
sites de relacionamentos para saber qual sua identidade e o que eles
tinham financeiramente, para ela conquistar e ser conquistada. Nos
dez dias que convivemos aqui em Salvador, ela se apaixonou pela
cidade e seus encantos, seu povo, suas histórias, suas praias, seus
museus e o modo que as pessoas daqui vive e lhe recebia. Mas quando
chegava em casa, passava todo seu tempo em redes sociais ou
navegando pela internet como seu passatempo. Em outros momentos,
ligava para a filha para saber como estava sua empresa. Certa vez,
sua advogada lhe ligou paa informar que tinha perdido uma Causa na
Justiça e ela ficou quase louca, preocupada em como iria pagá-lo.
O
outro caso ocorreu num mutirão médico, no qual eram previstos 250
pessoas e foram mais de 5 mil. Quando chegou minha vez, já não
tinha mais vaga para um especialista, apenas para clinico geral. Para
não perder meu tempo, o aceitei. E quando chegou minha vez, eu
entrei e dei bom dia ao Doutor. Para minha surpresa, ele me respondeu
da seguinte forma: “Nada bom. Esta merda aqui não tem ar
[condicionado], tem esta pequena janela e eu vim ganhando 10 reais
por consulta e tem mais de 5 mil pessoas para os médicos atender.”
Eu lhe perguntei se o mutirão era de graça, e ele me respondeu: “De
graça nada, eu estou aqui perdendo meu tempo para ganhar essa
merda.”
No
momento do preenchimento da ficha médica, ele soube eu era escritor,
poeta, e que estudava psicologia. Então ficou curioso, e quis
comprová-lo. Foi então que lhe passei o endereço do meu blog. Ele
prontamente o acessou e leu algo que lhe chamou atenção. Então as
coisas pareceram ter se invertido: eu passei ser o médico e ele meu
paciente. Ele me falou sobre seu pai, mãe, irmãos, filhos, sua vida
e seu trabalho e me agradeceu por ter desabafado comigo. Era uma
consulta prevista para 5 minutos e durou cerca de 1 hora e meia. Só
saí porque eu quis. Na saída, quase fui linchado pelos que estavam
esperando para serem atendidos.
Queridos,
eu sou quase feliz. Tenho um pequeno prédio, sou aposentado, tenho
dois filhos maravilhosos, o mais novo é o meu maior tesouro, meu
amigo, meu sócio, meu filho, meu irmão. Sou teólogo, missiólogo e
estudei um pouco de psicologia. Sou asíduo em academia, lá faço
dança, pilates, ballet, zumba, boxe, ritmo funcional, esteira, e
outros exercícios. Escrevo meus livros, dou palestras em igrejas, em
congressos, canto em coral, grupos e solo. Falta pouco para ser feliz
com o pouco que tenho. Procuro uma mulher para me realizar no amor e
no sexo, mas se não encontrá-la, vou viver assim como vivo. Se o
próprio Jesus e Paulo viveram assim, eu também posso viver. É bom
viver viajando, rindo, brincando, filosofando, cantando e buscando
dias melhores sem reclamar da vida. O sábio Salomão disse em
Provérbios (30: 7-9):
“Eu
te peço, ó meu Deus, que me dês duas coisas antes de eu morrer:
não me deixes mentir e não me deixes ficar nem rico nem pobre.
dá-me somente o alimento que preciso para viver, porque, se eu tiver
mais do que o necessário, poderei dizer que não preciso de ti. e,
se eu ficar pobre, poderei roubar e assim envergonharei o teu nome, ó
meu Deus.”
Meus
queridos, eis uma bela receita para ser feliz. Agora é o momento de
levantar a cabeça, respirar fundo, relaxar e seguir em frente. Um
abraço do escritor e muitas felicidades.
Autor
M. P. S.