A
velhice é uma interrogação na vida do ser humano, pois não
sabemos como vamos envelhecer. Alguns têm a sorte e a felicidade de
chegar aos 100 anos ou mais caminhando, viajando, brincando, cantando
e, até mesmo, amando e jogando futebol. Mas cerca de 96% das
pessoas chegam a essa faixa etária sem forças, sem saúde, sem
ânimo até se alimentar. Esse é o meu medo da velhice.
Para
mim, a velhice é como um esgoto que recebe todas as sujeiras que
nele passam durante sua vida, deixando-lhe marcas não necessárias
para viver uma vida sadia com alegria, com saúde e vigor. As
sujeiras as quais me refiro são os aborrecimentos, as comidas, as
bebidas, noites perdidas, preocupações com os afazeres, as compras,
os pagamentos, as viagens que não são mais feitas e realizadas como
no passado, ou até a falta de amor de um modo em geral. Elas entram
na sua mente e coração, deixando-lhe com pressão alta, ossos
fracos, rosto enrugado, muitos terminam acometidos com câncer,
diabetes, osteoporose, doença nos pulmões e rins. A velhice é uma
praga que vem do esgoto do corpo humano, contaminado com as impurezas
acumuladas durante sua vida.
Eu tenho
pesquisado em Shoppings, praças, avenidas, lugares onde transitam
pessoas de todas idades: olho para os jovens de 14 a 30 anos e as
pessoas de idade entre 60 a 85 anos, e noto que há uma diferença
muito grande. As mulheres jovens têm os seios e corpo durinhos, com
tudo em seus devidos lugares, enquanto que os homens também, rígidos
como uma barra de aço ou um bezerro quando nasce com poucos
minutos. Até no andar se nota firmeza.
Se
compararmos os rostos jovens com os dos idosos, os jovens são
esticadinhos como se tivessem feito uma plástica com um bom
cirurgião. Enquanto que os idosos têm um rosto sem vida, cansado,
perdido no tempo e distante do passado. É como se você olhasse um
rosto com duas faces diferentes: uma jovem e outra enrugada pelo
tempo. São totalmente desiguais.
Termino
esta reflexão, deixando um conselho para meus leitores: se você
cuidar da sua saúde enquanto for jovem, terá uma saúde boa na
velhice. Meu querido pai viveu 92 anos andando, viajando, sem usar
óculos e sem tomar remédios para pressão arterial. Meu tio viveu
até o ano passado, chegou aos 99 anos e ainda andava. Ontem, na
terça-feira (17), aqui em salvador, uma emissora de TV local
entrevistou um senhor com 95 anos que jogava bola com os amigos de
idade entre 18 a 40 anos. Mas para isso, você precisa cuidar da
saúde: evitar dívidas, alimentar-se bem, manter-se sempre empregado
ou buscar as condições para se manter, evitando, assim, a
preocupação e a depressão. É recomendável viajar ao menos uma
vez ao ano, divertir-se, rir muito, pois o sorriso é uma verdadeira
terapia e faz bem a alma.
Enquanto
estava escrevendo este texto, recebi um convite para falar algo aos
jovens que estavam num retiro, que fica num lindo Resort Hotel com um
grande campo verdejante, rodeado de coqueirais, grama e por um lago.
Havia muitos jovens praticando esportes na água, enquanto outros
relaxavam deitados na linda grama, olhando para o azul do céu. Então
fiz uma engenharia de pensamento e voltei a meus tempos de jovem
aventureiro e me perguntei: por que meus órgãos, meu físico, minha
coragem não me permitem fazer isso? Logo veio a resposta: minha
idade, minha velhice não me permitem usar meu corpo e minha vontade
para me sentir competitivo como os jovens. Então em troca eu procuro
ser alegre, para não cair na melancolia e na depressão. Essas são
metas que compartilho com vocês. Sem mais, um abraço e se cuidem!
Vamos aproveitar o que nos resta daqui para frente, moderadamente,
dentro do limite de cada um, seja qual for o que tivermos vontade de
fazer.
Autor M. P.
S.