“Assim fala o Senhor dos Exércitos: Este povo diz: Não veio ainda o tempo, o tempo em que a casa do Senhor deve ser edificada." Ag 1: 2.
Participei de uma
reunião na qual se discutia se a igreja devia permitir que uma das
unidades saísse para estabelecer a obra num lugar novo. Alguém
achava que não, e o argumento era que não havia dinheiro para
construir uma nova capela. Os irmãos poderiam reunir-se hoje e
amanhã numa casa. E depois? Esse irmão até citou as palavras de
Cristo, quando disse que um construtor, antes de construir, primeiro
se assenta e faz os cálculos: “A igreja está correndo um sério
perigo quando avança e avança, sem ter dinheiro para construir.
Temos que sofrer por nossa imprevisão”, disse para terminar sua
argumentação.
Aquela pessoa estava
correta, do ponto de vista humano. Planta por planta, orçamento por
orçamento, não era lógico permitir que um grupo de irmãos
partisse para abrir uma nova congregação sem um orçamento pronto,
para a construção de um novo templo. Mas, quando é que chega o
momento de avançar? O texto de hoje traz um desabafo divino: “Este
povo diz: Não veio ainda o tempo, o de se edificar a casa do
Senhor.”
Para ser fiéis à
interpretação do texto, é bom saber que o Senhor está dizendo
isso no tempo do profeta Ageu, porque o povo, sob a desculpa de que
ainda não se tinha cumprido a profecia dos 70 anos de Jeremias,
pensava que não tinha chegado o tempo para edificar o templo. A
profecia dos 70 anos do cativeiro, que teve início com a destruição
do templo em 586 a. C., terminaria em 518 a. C., e o povo argumentava
que as dificuldades que tinham encontrado repetidas vezes na
reedificação do templo, eram uma reprovação de Deus por sua
precipitação.
Nada que valha a pena
nesta vida se faz sem enfrentar dificuldades. O povo, no tempo de
Ageu, é uma amostra de como se pode usar até uma profecia, para
mostrar que devemos avançar só se houver orçamentos que respaldem
nossa marcha. Diz a palavra do Senhor:
“Os israelistas não
tinham uma verdadeira escusa para abandonar seu trabalho no templo.
Quando surgiram as dificuldades mais sérias, é que deviam ter
perseverado. Mas foram movidos pelo desejo egoísta de evitar o
perigo despertando a oposição de seus inimigos. Não tinham fé.
Vacilaram sem atrever-se a avançar pela fé nas providências com
que Deus lhes abiria o caminho, porque não podiam ver o fim desde o
princípio. Quando sugiram dificuldades, facilmente abandonaram a
Obra. A história repetir-se-á. Haverá fracassos religiosos, porque
os homens não têm fé. Quando olham as coisas que se vêem,
aparecem impossibilidades. Sua obra avançará só quando Seus servos
avançarem pela fé.”
Peço a Deus que
ilumine nosso entendimento, para aplicar essa mensagem a todos os
aspectos de nossas vidas.
Termino este texto com
uma experiência que aconteceu comigo: Logo após o meu Batismo, eu
comecei a pregar nas igrejas e a cantar no melhor grupo de Salvador.
Foi uma fase muito boa na minha vida. Devido o meu conhecimento
circular por toda grande Salvador, eu fui escalado para pregar sempre
na igreja de São Cristóvão, uma igreja de 400 membros. Ela tinha
uma escola e precisava de uma reforma urgentemente para aumentar a
igreja e a escola. A direção foi à Associação, para requerer
recursos para essa obra. Após terem sido negados os recursos
financeiros, a obra não poderia ser realizada. Foi então que a
Igreja ficou entrou em dilema: se podia usar os dízimo e as ofertas,
para aplicar na obra de Deus. Eles fizeram uma reunião, e nesta
houve um impasse entre os membros, sem chegar uma posição favorável
à entidade. Então, eles me convocaram para que os orientassem.
Minha orientação foi: usem os dízimos e as ofertas, para realizar
as obras da casa do Senhor, pois Deus irá abençoar-lhes ricamente.
Fui censurado por alguns membros mais radicais, que diziam ser pecado
usar os dízimos para tal obra. Resumindo: Deus os abençoou tanto que
reformou a igreja e a escola. Além disso, fundou outra igreja num
bairro diferente, para plantar a mensagem do Senhor e colher muitos
frutos. A Obra de Deus tem que ser feita com Amor e por Amor. Pensem
nisso e usem o dinheiro de Deus em sua obra, seja ela qual for. Não
podemos parar, temos que avançar.
Autor M. P.
S.