Estamos
vivendo momentos difíceis dentro de nossas próprias casas. O motivo
é ter de obedecer um inimigo sem corpo, sem rosto, sem arma, sem
morada para encontrar e tentar lutar para nos defender. Ficamos
presos nas nossas casas para não morrer sem saber o porquê. As
ruas, praças, a cidade toda está deserta, sem nenhuma pessoa
andando, comprando, vendendo, beijando-se, abraçando quem gosta e
quem ama. É inacreditável ver as cidades assim.
Este
é um inimigo invisível que mata mais que as Guerras Mundiais
(podemos até chamar essa pandemia de a Terceira Guerra Mundial).
Tenho certeza que muita gente imaginava que ela seria entre um país
rico e outro, para se beneficiar e despontar no cenário mundial.
Entretanto, nessa guerra o inimigo não morre com tiro de canhão nem
de qualquer arma por mais sofisticada que seja. Quem vai vencer esta
guerra é quem investiu na ciência e em infraestrutura hospitalar.
Outra coisa que eu tenho certeza é que essa guerra altera os valores
dos produtos, por exemplo, o petróleo sem consumo não vale nada. Já
não é o ouro negro que mandava no mundo inteiro.
Hoje
os shopping centers estão fechados, as lojas estão vazias. As
viagens estão sendo desmarcadas, a Disney perdeu seu encanto. A
palavra casa, antes vista como abrigo, hoje é tida como muralha,
fortaleza. A China não impediu que o vírus se espalhasse e, de uma
hora para outra, tudo mudou. Eu fico encurralado dentro de casa,
orando a Deus para não me acontecer o pior, porque ainda não me
despedi de muitas pessoas que gosto. Será que já abracei pessoas
que gosto muito e moram distantes? Essa guerra me deixou sem chão.
Foi
preciso que um vírus ameaçasse nossa sobrevivência, para que os
pais percebessem que educação se faz em casa, que as escolas são o
centro de socialização, que ensinar não é fácil e os professores
são muito mais do que pensamos.
Nos
hospitais, há muitos trabalhadores da área de saúde sem condições
de trabalho, todos vestidos de branco, mascarados, tentando salvar
vidas, arriscando e perdendo as suas.
Em
Brasília, onde muitas pessoas poderiam enfrentar essa guerra, frente
a frente, estão brigando sem escrúpulos e sem direção, deixando o
país à deriva, sem compaixão, sem amor aos parentes que perderam
seus queridos para esse vírus assassino.
Os
luxos se acabaram, as pessoas se igualaram, todos se refugiarão,
muitos perderão empregos, pois muitas empresas se fecharão. É
tempo de entender que o importante não são os custos, mas sim os
valores de cada um.
Os
amigos usam a tecnologia para se aproximarem a distância e
combaterem a solidão, no tempo da epidemia. Sabemos que não existe
distância para quem ama. Vencer uma guerra no sofá é uma benção
que está em nossas mãos e em nossas casas. Nesta guerra, a arma
mais poderosa é a água e o sabão. Quando essa quarentena passar, a
gente vai ver que foi só uma provação que a gente precisou passar,
para valorizarmos mais os seres humanos, principalmente nossa
família. Mesmo com muitos defeitos, ainda são nosso porto seguro.
Depois
de tanto medo e sofrimento, não devemos perder a esperança. Eu não
sei qual é o caminho do sucesso, mas o do fracasso, com certeza, é
tentar agradar a todas pessoas. Tudo passa e o tempo é o senhor do
destino. Tudo que vai acontecer, já aconteceu, pois o tempo é um
rolo de um filme. O passado, o presente e o futuro fazem parte de uma
coisa só. Isso não podemos evitar. Mesmo passando todo isso, nunca
troque o que você quer na vida, pelo o que você mais quer no
momento. Momentos passam, a vida continua. Você pode ultrapassar
barreiras e chegar onde quiser. Pense nisso e siga olhando para o
futuro.
M.
P. S.