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Costumávamos a sair
em grupo para o campo, em busca de jaca, laranja, manga, melancia e todo
tipo de frutas que a natureza nos oferecia.
Era uma vida saudável e boa demais. Entretanto, a gente não a
reconhecíamos como tal, por motivo de
ter sido tão farta.
Tinha, também, as aventuras que fazíamos descendo rios
abaixo, em um percurso de mais de três
km. O rio tinha uma forte correnteza e os mais
preparados nos gritavam: “está vindo um jacaré para nos
pegar!” E muitos pensavam que era verdade e se afoitavam na correnteza
para chegar mais rápido.
Quando chegava a
colheita do feijão, na qual se batia as vagens para tirar os
caroços, a gente brincava de esconder-se dentro das cascas do feijão que era batido.
Era uma pintura com criatividade que até Deus duvidaria. Nós ficávamos escondidos e atirávamos pedras via estilingue nos potes que as mulheres carregavam cheios
d’água, para quebrá-los nas cabeças delas. Também amarrávamos os
talos de capim nos caminhos que elas percorriam, para que elas e as outras
pessoas que passassem, caíssem.
Todos os brinquedos que nós tínhamos eram feitos por nós
mesmos. E todos sentiam-se felizes. Era uma época boa e sadia que fazia com
que desenvolvêssemos a mente enquanto
que nos divertíamos. Todos nós sentíamos a liberdade como um pássaro na
floresta.
Já na zona urbana é totalmente diferente. As crianças nascem e vão crescendo presos
dentro de um apartamento repletos de grades, como se fosse uma cadeia, se tornando
um prisioneiro desde a infância. Não importa se ele é pobre ou rico: ambos se
enjaulam por motivos de segurança. Se os pais forem bons, levam-nos nos fins de semana para darem um passeio no parque, praia etc. Do contrário,
se acostumam a viverem isolados, expostos à vida sedentária e seus hábitos: computadores,
vídeo games, TV a cabo etc. Eles crescem sem saber fazer um brinquedo para
usar, pois só têm em mente coisas industrializadas. Os pesquisadores alertam aos
males
que estes tipos de brinquedos, aliados ao isolamento,
fazem à saúde da crianças,
deixando-as depressivas e obesas.
Deixo aqui uma pergunta: O quê fazer, se vivemos sem
segurança e as indústrias, junto à mídia, fazem a cabeça das crianças (e seus pais) para comprarem
seus produtos?
Está mensagem me fez também voltar ao passado, também fazia esses tipos de brincadeira, e éramos tão feliz. Hoje realmente vivemos engaiolados, e ainda com temos medo. Gosto de ler tudo que este autor escreve,viajo na imaginação. Parabéns e obrigada. INB.
ResponderExcluirSua matéria me levou rapidamente à minha infância, que tbm foi em fazenda, onde tive uma infância tranquila, divertida, e mt saudável. Sem falar na fartura de diversos tipos de alimentos naturais, sem nenhum tipo de agrotóxicos. As brincadeiras eram saudável, divertida e criativas. Brincávamos mt de cantigas de roda, hoje nem nas escola se vê mais isso. Essa geração de hoje já nasce informatizada e evoluída. É o progresso. Cleusa
ResponderExcluirRecordar é reviver! As lembranças da infância fazem com que a fonte de energia inspiradora que está latente dentro de nós desperte sensações vividas e o desejo de vivermos novas aventuras. Estes combustíveis poderão ou não nos levar a um futuro com lembranças tão gostosas e que darão mais sentido para a nossa existência. Basta darmos o primeiro passo!
ResponderExcluirMuito oportuna sua colocação sobre as Vidas Paralelas: entre quem nasce no interior e na cidade grande. Recentemente, viajei ao interior de Minas Gerais e pude sentir o “gosto da vida simples e tranquila”, lá tinha estilingues, balanços nas árvores, redes, cadeiras de balanço, objetos de barro feitos à mão, hortas, criações, forno à lenha, frutas nos pés, riachos, céu muito azul, espaço à perder de vista para andar, esconder... vou parar, só de lembrar sinto vontade de voltar para ficar.
Para a sua pergunta sobre o que fazer com a “vida industrializada” imposta às crianças atualmente, que está atingindo até as crianças que nascem no interior, apesar de ser em menor escala, as oportunidades estão aí: as pessoas devem usar as lembranças das suas infâncias e experiências de vida, para montar estratégias de sobrevivência onde a meta seja dar a elas uma vida saudável, boa e feliz como a mencionada no texto.
Como? Segundo os pedagogos, as crianças aprendem brincando e isto nos dará a base para repensarmos se os espaços físicos que estamos disponibilizando são adequados ao seu desenvolvimento. Muito tem sido feito, através do cumprimento das legislações específicas para o atendimento às necessidades básicas do desenvolvimento infantil, o que tem gerado ações e programas em diversos espaços, como por exemplo em creches, cada vez mais eficazes. Infelizmente, atingem apenas parte da demanda e o verdadeiro problema não é discutido pela sociedade.
O que eu posso fazer para alterar este quadro? Existem inúmeras possibilidades, uma delas é o retorno programado e organizado do homem ao campo e à vida simples. Impossível? Considerando que, as zonas urbanas estão com a capacidade máxima de ocupação cada vez mais sendo atingidas e a necessidade de aproveitamento das grandes faixas de terras brasileiras, antes que os estrangeiros o façam, poderá ser parte da solução. Existem vários movimentos pensando nisto, enquanto isso que tal fazermos a nossa parte? Como? Podemos brincar com crianças e fazer “travessuras” também. Despertar a criança que existe em nós fará com que vivamos mais felizes.
A troca de cenário de uma vida paralela na cidade para a do campo poderá ser a ponta do iceberg da solução. Pensem nisto!