Olhe para nós

“Certo dia, às três horas da tarde, na hora da oração, Pedro e João foram ao Tempo. Todos os dias ficava ali um homem que tinha nascido coxo. Naquele lugar, chamado de Portão Formoso, punham o homem para pedir esmolas às pessoas que entravam no pátio do Templo. Quando ele viu Pedro e João entrando, pediu uma esmola. Eles olharam bem para ele, e Pedro disse: Olhe para nós! O homem olhou para eles, esperando receber alguma coisa. Então Pedro disse: Não tenho nenhum dinheiro, mas lhe dou o que tenho: em nome de Jesus Cristo, de Nazaré, levanta-se e ande! Em seguida Pedro pegou a mão direita do homem e o ajudou a se levantar. No mesmo instante os pés e os tornozelos dele ficaram firmes. Então ele deu um pulo, ficou de pé e começou a andar. Depois entrou no pátio do templo com eles, andando, pulando e agradecendo a Deus. Toda a multidão viu o homem saltando e louvando a Deus. Quando perceberam que aquele era o mendigo que ficava sentado perto do portão Formoso do Templo, ficaram admirados e espantados com o que havia acontecido” (Atos 3: 1-10).

Queridos irmãos, essa frase pra mim diz muita coisa. No dia em que nós pudermos dizer para o mundo “Olhe para nós” estaremos no momento profético da última trombeta… E Jesus definitivamente estará às portas.

A profecia diz que nesse tempo, o povo de Deus seria visto como sem mácula e sem rugas: “Dentre os filhos de Israel, que desde longo tempo esperavam a vinda do Messias, surgiu o precursor de Cristo. O idoso sacerdote Zacarias e sua esposa Isabel eram ambos justos perante Deus e em sua vida tranquila e santa, brilhava a luz da fé como uma estrela entre trevas daqueles dias maus” (White, 2007: p. 83).

João Batista foi um servo de Deus em meio a dias maus. E eu não tenho dúvidas de o que estava por trás do que Jesus falou sobre João: a educação que recebeu de seus pais. Certo dia, numa lição da Escola Sabatina, encontrei o seguinte pensamento: “Quando Deus quer suscitar um líder, o primeiro passo que Ele dar é escolher quem vai ser a sua mãe.” É dela a tarefa de formar o que o filho vai ser no futuro.

Queridos irmãos, devemos olhar para quem é certo e direito para sermos semelhantes a ele. Em Mateus (3: 13-15), João Batista estava batizando quando olhou para Jesus: Naqueles dias, Jesus foi da Galiléia até o rio Jordão a fim de ser batizado por João Batista. Mas João tentou convencê-lo a mudar de ideia, dizendo assim: Eu é que preciso ser batizado por você, e você está querendo que eu o batize? Mas Jesus respondeu: Por enquanto deixe que seja assim, pois assim faremos tudo o que Deus quer. “E João concordou.”

Eu moro em um Bairro há dezoito anos e conheço todos da minha região. Dentre eles há um senhor que pinta quadros profissionalmente. Pelo fato de pintar apenas instintivamente, cheguei várias vezes a pedi-lo para me ensinar a pintar em tela, ou deixar pelo menos assisti-lo. Ele não me autorizou, talvez para que eu não aprendesse a pintar como ele. Mesmo assim eu continuei falando com ele sempre que o encontrava.

Em um determinado dia, eu passei com muita pressa em frente do seu prédio e ele estava com um quadro no passeio. Passei de cabeça baixa, sem olhar para ele, e fui surpreendido com um grito que dizia: “Pastor, irmão Milton, levanta a cabeça e olha para cima, para que todos lhe veja, porque você não deve nada a ninguém. Você é um homem de fibra, admirado por todos neste Bairro e não deve abaixar a cabeça para ninguém. Olha para todos, você é um exemplo de homem.”

Confesso que fiquei muito supresso pela sua nobre atitude. Também me fez lembrar de um relato.

Um amigo, pastor da Igreja Central, me contou, numa das suas pregações, que quando era pastor de uma cidade do interior, seu carro precisou de quatro pneus novos. Ele foi a uma loja comprar os pneus sem cheque e sem cartão de crédito. Quando olhou os pneus e perguntou o preço, a proprietária lhe perguntou como ele pagaria. Ele respondeu que pagaria com sua palavra, já que morava na cidade e era crente. Depois ouvi-lo, ela disse que só venderia com dinheiro, cheque ou cartão de crédito. Ele disse que não tinha nenhum dos três, que era pastor. Mas não adiantou.

Então ele a perguntou:

-A senhora conhece o senhor Félix? Ela respondeu:

-Sim, ele é da minha igreja.

Ele pediu que ela o perguntasse sobre ele. Ela disse:

-Liga para ele. Se ele me autorizar eu lhe vendo.

Ele pegou o telefone e ligou para o senhor Félix, que disse a proprietária:

-Pode vender a loja toda para ele que eu garanto.

Queridos leitores e amigos: devemos orar e vigiar, para que nós possamos dar um exemplo e um bom testemunho de honestidade, para que todos nos olhem e tenham um exemplo do nosso nome e da nossa pessoa.

Façamos como Pedro e João: Não temos prata e nem ouro, mas temos um nome a zelar, assim seremos respeitado e horado por todos. Pense nisso e viverá como exemplo para muitos.