Quem era
irmã Dulce? Dulce Maria de Souza Lopes Pontes era filha do dentista
Augusto Lopes Pontes, professor da Faculdade de Odontologia. Nasceu
em 26 de maio de 1914, em Salvador, Bahia. Recebeu o nome de Maria
Rita de Souza Lopes Pontes. Além de gostar, como todas as meninas,
de brincar de boneca, tinha vocação pelo futebol: era torcedora do
Esporte Clube Ypiranga, time formado pela classe trabalhadora e pelos
excluídos sociais. Aos sete anos, em 1921, perdeu sua mãe Dulce,
que tinha 26 anos, na flor da juventude. A vocação para trabalhar
em beneficio da população carente teve influência direta da
família, uma herança do pai que ela levou adiante e, aos 13 anos,
graças a seu destemor e senso de justiça, traços marcantes
revelados quando ainda era muito novinha, passou a acolher mendigos e
doentes em sua casa, transformando a residência da família num
centro de atendimento. O número de carentes era tão grande que se
aglomeravam a sua porta. Também foi nessa época que ela manifestou
pela primeira vez, após visitar com uma tia áreas onde habitavam
pessoas pobres e doentes, o desejo de se dedicar à vida religiosa,
para ajudá essas pessoas. Seu nome (Dulce) foi uma homenagem a sua
mãe, Dulce Maria.
Logo após
dela se tornar religiosa e adulta, passando numa rua pela manhã,
numa noite chuvosa e fria, encontrou muitos mendigos e doentes na
rua, o que a motivou a invadir uma casa abandonada i e a começar a
fazer um segundo posto de atendimento, iniciando sua sofrida e bela
missão com os necessitados. Esta querida e amada religiosa, admirada
por todas as religiões, era fisicamente muito fraca, vivia com 70%
da capacidade respiratória, e mesmo assim criou varias instituições
filantrópicas. Uma das mais importantes e famosas é o Hospital
Santo Antônio, que foi construído no lugar do galinheiro do
convento Santo Antônio. Hoje atende diariamente a mais de 7 mil
pessoas. Irmã Dulce foi uma das mais importantes, influentes e
notórias ativistas humanitárias do século XX. Suas grandes obras
de caridade são referência nacional e ganharam repercussão pelo
mundo inteiro. Tanto que seu nome é sempre relacionado à caridade e
amor ao próximo. Seu amor para com os excluídos era tão grande
que, no seu orfanato, ela fazia uma pequena poupança em nome de
cada um das crianças, para quando elas se tonarem adultas, terem sua
casa própria. Sua visão para manter sua obra era tão grande e
sabia, que ela fundou três cinemas para, com a renda, ajudar nos
custos financeiros. Um dos quais era o Cine, no Largo de Roma, onde
foi fundado o hospital. Deus lhe deu em troca fé e muita fortaleza,
para ela não desistir da missão que veio cumprir. Embora tivesse
uma saúde muito frágil, era, espiritualmente, uma fortaleza, como
um diamante lapidado que corta qualquer coisa que se lhe ponha à
prova.
Ela
fundou um orfanato na Grande Salvador, na cidade de Simões Filho,
para recolher e criar as crianças sem pai e mãe. Vivia de doações.
Com uma fábrica de pão integral, e outros doces, mantinha mais de
mil crianças, que dependiam da sua ajuda. Conta-se, que, em um
determinado dia, o orfanato estava passando por muitas dificuldades,
vendo a hora de fechar. Quando ela ficou sabendo, foi vê-la de perto
e não conseguindo conter as necessidades para com seus filhos
adotados, saiu de casa em casa, pedindo ajuda para manter sua obra e
alimentar seus filhinhos do mundo perdido. Ao chegar a uma feira de
abastecimento, para recolher donativos dos feirantes, houve algo
inusitado: quando ela se aproximou de um deles, estendeu-lhe a mão
para recolher sua contribuição. Ele cuspiu-a, dizendo: “Esta é
a ajuda que lhe dou”. Ela, por sua vez, fechou a mão direita e,
oferecendo a esquerda, disse: “Esta foi para mim, agora quero uma
ajuda para os meus filhinhos que estão com fome e precisam de você”.
Ele a olhou nos olhos, e começou a chorar pela sua atitude e amor
com o próximo.
Queridos
leitores, você seria capaz de tal atitude de amor pelo próximo,
como essa santa que dedicou sua vida, juventude, prazeres, para viver
exclusivamente fazendo o bem sem olhar a quem? Uma mulher que vivia
com um só pulmão, falta de ar, sempre tomando soro, desafiando os
médicos, saindo com o soro pela rua, para recolher os donativos e
manter sua obra em prol da humanidade. Sua fé inabalável, que não
deixava de acreditar no novo amanhecer, acreditando que tudo iria da
certo. Um dia, novamente em seu orfanato, estava passando por
momentos difíceis, sem dinheiro para pagar os funcionários e
comprar alimentação para os internos. Todos algumas crianças
estavam chorando e ela pediu que todos se ajoelhassem e orassem com
ela, para que Deus os ajudasse a sair da crise. Quando eles
terminaram de orar, Roberto Carlos ligou dizendo que tinha feito a
doação que sempre fazia.
Irmã
Dulce morreu aos 77 anos, em 13 de março de 1992. Era conhecida como o
“Anjo Bom da Bahia”. Foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz, no
ano de 1988, perdendo para a Madre Teresa de Calcutá. Fico muito
feliz por escrever sobre esse belíssimo fato, ocorrido do qual eu
fiz parte, porque conheci pessoalmente e convivi alguns dias com ela.
Mesmo conhecendo-a pouco, aprendi a admirar e a copiar a sua
humanidade e amor, que desabrochava de um simples e meigo olhar, que
sem querer, invadia o meu ser. Para informação, muitas das crianças
do orfanato têm no registro de nascimento, o nome de Irmã Dulce.
Peço a
vocês leitores que usem essas palavras. Olhem para o céu e falem o
seguinte com Deus: Senhor, hoje eu só quero dizer obrigado por ter
transformado minha vida para ajudar alguém. As mãos e o coração
com o tempo aprendem a plantar melhor, porque sabem exatamente o que
querem colher no futuro. Plante o amor, pois, com certeza, terá
muita felicidade. Pense nisso.
MPS
Em nosso dia a dia, nos deparamos com situações em que podemos fazer a diferença para alguém, mas quando lemos um relato como este de doação pessoal e trabalho beneficente a ponto de sair carregando medicação e aguentando a dureza de coração de algumas pessoas, me envergonho.
ResponderExcluirPercebo que preciso ser melhor, fazer mais do que tenho feito. E se olho a cruz, o madeiro em que meu salvador Jesus pagou seu preço por mim, muito mais tenho para pensar e melhorar. Um pastor muito conhecido me tocou ao falar: " Não estamos neste mundo de passagem, estamos aqui para fazer a nossa parte!" Que Deus me habilite mais para isso.
Uma ótima mensagem aos que só murmuram.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirQue texto lindo! Todas as pessoas deveria ler, quem sabe assim todos nós podeiamos fazer um pouco mais! E sabee que todos somoa iguas perantes Deus! Parabens poeta , por trazer a sua mensagem maravilhosa.
ResponderExcluirLindo texto!! E o que fica uma grande reflexão, pra todos nós. Irmã Dulce um exemplo de mulher, de cristã, amiga e mãe do coração de tantos homens, mulheres e crianças. Ajudando sempre com seu coração gigante de amor e que nos deixou um belíssimo exemplo de caridade.Quero eu ser 1% do seu amor. Adriana.
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