Meus pensamentos vão onde minha
vista e meus braços não alcançam. Penso em meu passado, em meus doces tempos de
criança, quando eu e meus coleguinhas brincávamos sem medo e sem hora para
voltar das coisas boas e maravilhosas que fazíamos na natureza, colhendo frutos
e tomando banho nos belos rios que existiam em nossa época.
Nunca saíram de minha mente tais
lembranças. Olho para o passado, e vejo os rios, as lagoas, os pés de árvores
que dão frutos de todos os tipos. Por que não recordar dos animais, como os
jegues, cavalos, vacas, e muitas criações de aves nos arredores das casas
nossas e dos vizinhos que moravam perto uns dos outros.
Sinto-me a vontade de ser
criança novamente só para desfrutar das coisas do passado, que hoje o
capitalismo já avançado acabou com tudo de bom e saudável da vida que vivemos
no interior. Do modo como as coisas estão hoje, a infância nunca mais voltará a ser como antes.
Na minha mente eu vejo o caminho
desenhado com meus amigos e companheiros, no qual cada um seguiu uma trilha
diferente, à procura de seus objetivos em lugares bem distantes. Como foi bom
poder ver e viver uma vida pacata, feliz e diferente da de hoje,
industrializada.
Na tela dos meus pensamentos,
sempre busco guardar os doces momentos de minha feliz infância que meus filhos
e netos jamais terão. Falo isso pois tenho dois filhos e vivi levando-os
para alguns parques, completando sua infância com os brinquedos fabricados
nas indústrias. Os brinquedos de hoje em dia são
bonitos, mas não despertam o senso de liberdade e a criatividade nas crianças,
que vivem enjauladas, presas em casa sem ver o mundo lá fora e as belezas
naturais criadas para nos fazer o bem e dar uma boa saúde mental.
Sinto pena das crianças de hoje
que não sabem valor ao perfume de uma bela flor nascida no campo, que não
admiram o verde do campo, o nascer do sol pela manhã e no entardecer. Esta saudade me acompanhará até
os últimos dias da minha vida. Por fim, recordo-me da professora, nas salinhas
onde estudava, da estrada beirando a mata. Lembro-me da bandinha que tocava no
coreto da praça, dando uma volta pela cidade toda só para chamar atenção de
todos. Essas lembranças são como se fossem um sonho nas horas mais profundas da
noite, como quando tudo está calmo e você está no sono profundo e gostoso sem
querer acordar.
Que saudade que deu dos tempos idos que não voltam mais!
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