Eu paguei um advogado para me condenar vinte e cinco anos de prisão

Queridos  leitores, esta historia é baseada em fatos reais.

Está na Bíblia: “Se você voar para o Oriente, ou for  viver nos lugares mais  distantes do Ocidente, ainda assim vou estar   lá (...) Eu  posso pedir que a escuridão me esconda e que em volta de  mim  a luz  vire noite, mas isso não adianta nada porque para ti a escuridão não é escura, e a noite é clara como o dia. Tu não fazes diferença  entre a luz e a escuridão. Se eu subir ao céu, tu lá  estas; se eu descer ao mundo dos mortos, lá também estás” (ver Salmo  139:1-18).

Por volta dos anos  80, no Estado do Pará,  aconteceu  este  fato  ocorrido.  Um empresário de madeira  vendia e  distribuía  para todas as  serrarias  da região  e de outros  Estados da Federação. Um dia,  um de seus  bons clientes  resolveu consumir além do comum. Ele passou a não pagar como  antes, assim   o  empresário  Jonas  que fornecia  as madeiras  começou a lhe    cobrar  e se sentiu  enganado  por seu cliente.  Ligavam  para cobrar  diariamente e o cliente  lhe enrolava  a cada dia  que passava. Até chegar  um dia  de sua paciência  esgotou e ele  lhe deu  uma semana  para quitar  sua  dívida  com ele. E foi  bem claro: “‒se você  não me pagar eu vou  ai   buscar este  dinheiro  de qual quer jeito”.  E assim  o fez, passando a semana  sem receber  o combinado,  ele ligou  e o cliente disse que não  tinha naquela  semana.  Ai ele  endureceu  o coração  e trocou de roupa e pegou seu  revolver  e seguiu  em direção  a empresa  do cliente  com uma  só decisão de resolver  de qualquer maneira  aquela situação. Ao chegar  na empresa, foi para o escritório e se deparou com  o seu devedor  e disse  que veio pegar ou receber  seu dinheiro. O devedor  não quis lhe parar  e os dois  entraram  em luta  corporal. O empresário Jonas  puxou  sua arma e disparou  vários  tiros  a queima roupa, deixando o sujeito entendido pelo chão. Ao chegar  em casa, ligou  a televisão  e ficou  olhando  em todos os canais para ver se  alguém tinha  descoberto  quem tinha  matado  o empresário, dono das  serrarias  daquela região.  E os dias se passavam,  e nenhum Jornal ou Programa de Rádio noticiava o crime. Ele ficava  mais alegre ainda. Até que a,  para  mostrar trabalho, a polícia prendeu  um suspeito que foi condenado a 25 anos  de prisão. Após  passar  dez anos do ocorrido, Jonas  foi numa igreja  evangélica, e ao chegar  na hora do culto, o pregador  estava pregando  sobre pecado e disse: “Todos os pecadores  vão  prestar  conta a Deus  no dia final  da prestação  de contas,  diante de Deus e Cristo  Jesus. (...) Se você cometeu algum  crime   Deus está   falando  com você  para ir  assumir   seu crime  e pagar  o que você  fez. E se você  matou  ou roubou, deve assumir o que fez. Jonas se sentia como que apontado pelo pregador, sentia que a mensagem era para ele. Ele voltou  para casa  incomodado com  tal coincidência. Aquelas palavras  não saiam  de sua  mente e de seu coração: “Vai pagar pelo seu pecado e não  deixe um inocente   pagar  por você”. Ele  foi na penitenciaria  visitar  o preso  inocente e lhe   perguntou: ‒você  matou  o empresário?  E respondeu  o preso: ‒eu não  matei ninguém. Jonas confessou ao preso de que ele é o verdadeiro assassino.  Foi ao  diretor  da penitenciaria  e confessou  que ele tinha matado o empresário  e não  o preso inocente. Mas o Diretor não  acreditou  nele   e o coitado do inocente  continuou  preso.  Pagar por seu crime e seu pecado,  decidiu contratar  um advogado  e recolheu  todos  os recortes de Jornais  da época  para comprovar  que ele tinha  motivos  suficientes  para matar o empresário. O advogado o explicou que não seria fácil condenar a se próprio, era algo constitucional: “Nós temos o Direito de não produzir provas contra nós mesmos, é o princípio nemo tenetur se detegere”. Com muito esforço ele foi levado a julgamento. O Juiz se mostrou resistente, porém as provas eram incontestáveis. Ele foi condenado a 25 anos de prisão. Passado dez anos, ele foi beneficiado com o regime semi-aberto, no qual poderia passar o dia fora retornando  a noite a cela. Ele passava o dia trabalhando de gari como serviço comunitário, assim poderia reduzir sua pena. Um dia, reconheceu seu  ex pastor que  estava passando  na rua e gritou: ‒pastor  Rosival!  Ele olhou e perguntou: ‒quem é?  Jonas  disse: ‒sou eu o Jonas. ai o pastor  perguntou: ‒o que  você  está  fazendo varrendo  rua? Ele lhe contou  a  difícil  História  e o ocorrido  tempos atrás.

Meus  leitores, ninguém  pode esconder  nada de Deus.  Ele  está  em todos os lugares  entre o  céu  e a terra.

                                          MPS