quinta-feira, 11 de abril de 2024

João e Alcina



Conto essa história muito emocionado. Era uma vez o casal João e Alcina, meus pais. O casal teve 14 filhos, deles eu fui o mais novo. Minha querida  mãe era uma mulher doce, de um coração e mente puros,  que só sabia viver e praticar o amor com todos, principalmente com seus filhos. Ela daria sua vida para satisfazer sua família, do jeito carinhoso era unia a todos. Sua fala era mansa, dengosa, seu olhar meigo conquistava quem estivesse por perto.

Meu pai era alegre, comunicativo, brincalhão, elétrico, inquieto, mas com um bom coração humano que ajudava muitas pessoas, principalmente os necessitados ou enfermos. No entanto, seu defeito era não ter paciência ninguém, sem importar seu parentesco. Mas era um bom homem e um bom pai. Ele, quando estava em casa, não ficava parado, sempre procurando o que fazer. Ele gostava de sair e de visitar seus filhos.

Eu era o filho mais novo. Contavam minha mãe e minhas irmãs mais velhas que eu que chamava atenção de todos da família e dos visitantes por minha beleza. Mas por volta dos meus três anos de idade, fui vitima de os tumores debaixo das axilas que quase me levaram à morte. Fiquei muitos anos doente e, depois de sobreviver, fiquei com uma sequela debaixo do braço esquerdo e meu peito esquerdo ficou menor do que o direito. Sofri muito preconceito até do meu próprio pai, que me chamava de peito seco. Passei muito tempo com esse sofrimento. Em minha juventude, eu gostava de jogar futebol, jogava muito bem, mas quando o adversário me derrubava, eu desmaiava por alguns minutos, deixando muitas pessoas preocupada ou mesmo chocadas. Só me lembro de ter me recuperado por completo após meus 17 anos.

Hoje me considero parecido com os dois: tenho o meu coração como o de minha querida mãe, e minha mente e atitude como os de meu pai. Ele era um homem trabalhador, honesto, impaciente, brincalhão e alegre.  Enquanto ela era uma altruísta, simples e meiga. 

Por volta dos meus 17 anos de idade, deixei a casa dos meus pais para tentar a vida fora da cidade. Levei os dois comigo dentro do meu coração. Com o tempo, eu passei ser admirado por ele, ajudando-o em tudo o que podia.  Quando eu os visitava,  era recebido como um rei, com abraços e sorrisos. Faziam questão de me agradar. Deles eu tenho ótimas recordações, uma saudade que não cabe em meu peito. Não vejo a hora de o Senhor Jesus voltar para que eu os possa rever no Novo Céu e na Nova Terra. 

M. P. S.