terça-feira, 27 de maio de 2025

Sobre a vida



A vida é efêmera, frágil, mas ainda assim seguimos esperando pelo fim de semana, pelo ano novo, pela compra da casa, pelo carro novo que sonhamos, pela graduação, pelo dia e pelo momento perfeito para finalmente sermos felizes. Vivemos como se a felicidade fosse feita apenas de grandes acontecimentos e esse é o nosso grande pecado. Ignoramos o poder e a importância do agora, por estamos sempre condicionando na nossa felicidade a um amanhã incerto e distante. Então não se adiante, não se atrase, apenas esteja presente e consciente no agora, no hoje, afinal, o amanhã pode nunca chegar.

Eu tenho tristezas, lutas, decepções e dores. No entanto, acima de tudo, eu tenho Deus, e com Ele eu aprendi que a tristeza passa, a luta ensina e a dor se acaba. Quando temos Deus à frente de tudo, o mal não vinga, a inveja não chega e a dor desaparece. Então chega um sorriso cheio de paz e felicidade dentro do meu coração, deixando meu rosto feliz. Isso não significa que tenho uma vida perfeita, mas sim que sou grato a tudo que Deus tem feito por mim.

Ninguém deve se sentir triste por ter um bom ou mau coração. Errado é enganar, mentir, trapacear, dar rasteira no sentimento alheio; quem faz isso é que deve sentir vergonha. Ninguém é bobo por se arriscar, mas sim aquele que passa a vida toda enganando os outros e achando que a vida não traz para a gente tudo aquilo que foi semeado.

A vida nos ensina o valor das lágrimas, de um sorriso, das lutas, de uma vitória, da espera necessária para alcançar um objetivo. Deus me ensinou o valor da fé. Deus é minha vida.

M. P. S.

sábado, 3 de maio de 2025

Um almoço inesperado

 


Quando eu tinha por volta dos 22 anos de idade, eu era empresário de turismo, ganhava muito dinheiro e trocava de carro todo ano. Em um determinado dia, eu fui chamado para pegar um empresário que morava em um condomínio de luxo e bem conhecido em Salvador.

Então eu sai mais cedo para pegá-lo e levá-lo para o aeroporto, pois ele iria viajar. Como eu estava em horário de folga, resolvi almoçar mais cedo para ganhar tempo e depois pegar o cliente. Então eu cheguei ao restaurante que ficava na pista principal do bairro, sentei-me e veio o proprietário me atender.

Quando eu estava começando o almoço, veio um senhor da rua que estava sem camisa, de barba grande e com o corpo sujo, levando consigo um saco plástico na mão. Ele me pediu um prato de comida para ele comer e compartilhar com sua suposta mulher e filho.

A minha reação foi de convidá-lo para se sentar e de almoçar comigo. Ele me respondeu que o dono do restaurante não permitiria isso, que sempre brigava com ele quando pedia comida aos clientes. Eu insisti e disse que naquele dia ele seria um cliente.

Então ele entrou com medo, sentou-se, olhando para todos os lados e, quando o dono do restaurante o viu sentado, gritou: “Sai daqui logo! Se não sair, vou tirar a força!” Então eu lhe respondi: “Não vai tirar coisa nenhuma. Ele hoje é um cliente. Eu estou pagando para ele ser um cliente, e se você tirar ele eu vou lhe processar por desrespeito a pessoa pobre e humilde.” Ele comeu a metade e levou a outra metade na sacola plástica para sua esposa e seu filho.

Eu me orgulho de minha reação naquele dia. E vocês, o que fariam?

M. P. S.