sexta-feira, 10 de julho de 2015

Viveu para os pobres, mendigos e doentes

                                      

Quem era irmã Dulce? Dulce Maria de Souza Lopes Pontes era filha do dentista Augusto Lopes Pontes, professor da Faculdade de Odontologia. Nasceu em 26 de maio de 1914, em Salvador, Bahia. Recebeu o nome de Maria Rita de Souza Lopes Pontes. Além de gostar, como todas as meninas, de brincar de boneca, tinha vocação pelo futebol: era torcedora do Esporte Clube Ypiranga, time formado pela classe trabalhadora e pelos excluídos sociais. Aos sete anos, em 1921, perdeu sua mãe Dulce, que tinha 26 anos, na flor da juventude. A vocação para trabalhar em beneficio da população carente teve influência direta da família, uma herança do pai que ela levou adiante e, aos 13 anos, graças a seu destemor e senso de justiça, traços marcantes revelados quando ainda era muito novinha, passou a acolher mendigos e doentes em sua casa, transformando a residência da família num centro de atendimento. O número de carentes era tão grande que se aglomeravam a sua porta. Também foi nessa época que ela manifestou pela primeira vez, após visitar com uma tia áreas onde habitavam pessoas pobres e doentes, o desejo de se dedicar à vida religiosa, para ajudá essas pessoas. Seu nome (Dulce) foi uma homenagem a sua mãe, Dulce Maria.

Logo após dela se tornar religiosa e adulta, passando numa rua pela manhã, numa noite chuvosa e fria, encontrou muitos mendigos e doentes na rua, o que a motivou a invadir uma casa abandonada i e a começar a fazer um segundo posto de atendimento, iniciando sua sofrida e bela missão com os necessitados. Esta querida e amada religiosa, admirada por todas as religiões, era fisicamente muito fraca, vivia com 70% da capacidade respiratória, e mesmo assim criou varias instituições filantrópicas. Uma das mais importantes e famosas é o Hospital Santo Antônio, que foi construído no lugar do galinheiro do convento Santo Antônio. Hoje atende diariamente a mais de 7 mil pessoas. Irmã Dulce foi uma das mais importantes, influentes e notórias ativistas humanitárias do século XX. Suas grandes obras de caridade são referência nacional e ganharam repercussão pelo mundo inteiro. Tanto que seu nome é sempre relacionado à caridade e amor ao próximo. Seu amor para com os excluídos era tão grande que, no seu orfanato, ela fazia uma pequena poupança em nome de cada um das crianças, para quando elas se tonarem adultas, terem sua casa própria. Sua visão para manter sua obra era tão grande e sabia, que ela fundou três cinemas para, com a renda, ajudar nos custos financeiros. Um dos quais era o Cine, no Largo de Roma, onde foi fundado o hospital. Deus lhe deu em troca fé e muita fortaleza, para ela não desistir da missão que veio cumprir. Embora tivesse uma saúde muito frágil, era, espiritualmente, uma fortaleza, como um diamante lapidado que corta qualquer coisa que se lhe ponha à prova.
Ela fundou um orfanato na Grande Salvador, na cidade de Simões Filho, para recolher e criar as crianças sem pai e mãe. Vivia de doações. Com uma fábrica de pão integral, e outros doces, mantinha mais de mil crianças, que dependiam da sua ajuda. Conta-se, que, em um determinado dia, o orfanato estava passando por muitas dificuldades, vendo a hora de fechar. Quando ela ficou sabendo, foi vê-la de perto e não conseguindo conter as necessidades para com seus filhos adotados, saiu de casa em casa, pedindo ajuda para manter sua obra e alimentar seus filhinhos do mundo perdido. Ao chegar a uma feira de abastecimento, para recolher donativos dos feirantes, houve algo inusitado: quando ela se aproximou de um deles, estendeu-lhe a mão para recolher sua contribuição. Ele cuspiu-a, dizendo: “Esta é a ajuda que lhe dou”. Ela, por sua vez, fechou a mão direita e, oferecendo a esquerda, disse: “Esta foi para mim, agora quero uma ajuda para os meus filhinhos que estão com fome e precisam de você”. Ele a olhou nos olhos, e começou a chorar pela sua atitude e amor com o próximo.
Queridos leitores, você seria capaz de tal atitude de amor pelo próximo, como essa santa que dedicou sua vida, juventude, prazeres, para viver exclusivamente fazendo o bem sem olhar a quem? Uma mulher que vivia com um só pulmão, falta de ar, sempre tomando soro, desafiando os médicos, saindo com o soro pela rua, para recolher os donativos e manter sua obra em prol da humanidade. Sua fé inabalável, que não deixava de acreditar no novo amanhecer, acreditando que tudo iria da certo. Um dia, novamente em seu orfanato, estava passando por momentos difíceis, sem dinheiro para pagar os funcionários e comprar alimentação para os internos. Todos algumas crianças estavam chorando e ela pediu que todos se ajoelhassem e orassem com ela, para que Deus os ajudasse a sair da crise. Quando eles terminaram de orar, Roberto Carlos ligou dizendo que tinha feito a doação que sempre fazia.

Irmã Dulce morreu aos 77 anos, em 13 de março de 1992. Era conhecida como o “Anjo Bom da Bahia”. Foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz, no ano de 1988, perdendo para a Madre Teresa de Calcutá. Fico muito feliz por escrever sobre esse belíssimo fato, ocorrido do qual eu fiz parte, porque conheci pessoalmente e convivi alguns dias com ela. Mesmo conhecendo-a pouco, aprendi a admirar e a copiar a sua humanidade e amor, que desabrochava de um simples e meigo olhar, que sem querer, invadia o meu ser. Para informação, muitas das crianças do orfanato têm no registro de nascimento, o nome de Irmã Dulce.
Peço a vocês leitores que usem essas palavras. Olhem para o céu e falem o seguinte com Deus: Senhor, hoje eu só quero dizer obrigado por ter transformado minha vida para ajudar alguém. As mãos e o coração com o tempo aprendem a plantar melhor, porque sabem exatamente o que querem colher no futuro. Plante o amor, pois, com certeza, terá muita felicidade. Pense nisso.


MPS

4 comentários:

  1. Em nosso dia a dia, nos deparamos com situações em que podemos fazer a diferença para alguém, mas quando lemos um relato como este de doação pessoal e trabalho beneficente a ponto de sair carregando medicação e aguentando a dureza de coração de algumas pessoas, me envergonho.
    Percebo que preciso ser melhor, fazer mais do que tenho feito. E se olho a cruz, o madeiro em que meu salvador Jesus pagou seu preço por mim, muito mais tenho para pensar e melhorar. Um pastor muito conhecido me tocou ao falar: " Não estamos neste mundo de passagem, estamos aqui para fazer a nossa parte!" Que Deus me habilite mais para isso.
    Uma ótima mensagem aos que só murmuram.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Que texto lindo! Todas as pessoas deveria ler, quem sabe assim todos nós podeiamos fazer um pouco mais! E sabee que todos somoa iguas perantes Deus! Parabens poeta , por trazer a sua mensagem maravilhosa.

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  4. Lindo texto!! E o que fica uma grande reflexão, pra todos nós. Irmã Dulce um exemplo de mulher, de cristã, amiga e mãe do coração de tantos homens, mulheres e crianças. Ajudando sempre com seu coração gigante de amor e que nos deixou um belíssimo exemplo de caridade.Quero eu ser 1% do seu amor. Adriana.

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