Moro em Salvador, no Centro, em uma rua com pouco movimento. Nessa rua há um pequeno lixo só dos moradores que residem nela. Mesmo assim, o caminhão da limpeza passa todos os dias para apanhá-lo.
Fico observando, admirado, quando alguém consegue encontrar algo de valor em um lixo tão pequeno. Sempre há quem pegue algo. É um verdadeiro milagre que um lixo de um pouco mais de dez prédios possa servir para que necessitados e recicladores retirem dali o seu sustento.
Para ser sincero, um dia vi da minha janela um quadro jogado nesse lixo. Então eu desci e vi um quadro do estilo barroco, muito bem pintado. Eu o peguei, porque eu também gosto de pintar quadros. Só que esse quadro é muito mais bonito e valioso do que os que eu pinto. A tela, a pintura, os desenhos e a moldura são de outro nível. Há mais de dez anos eu tenho esse quadro, que foi avaliado na época no valor de vinte mil reais.
Se esse pequeno lixo faz esses milagres, imagine os lixões. Soube que uma catadora de lixo do Rio de Janeiro encontrou uma mala cheia de dinheiro, com mais de dez mil reais. Isso só pode ser obra de Deus ajudando os seus filhos necessitados.
Espero que um dia já não exista lixões em todas as cidades, assim como a fome e o desemprego, para que os seres humanos não precisem mais catar lixo.
M. P. S.
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