segunda-feira, 1 de junho de 2015

Monólogo sobre o tempo



O tempo passa. O tempo passa e com ele meus pensamentos voam como o vento. Bem livremente, reúnem todos os projetos e sonhos que estavam dentro de mim. Carregam também meus pensamentos, minha autoestima e meus sonhos, que levei anos, meses e semanas para construir. Me pergunto o que está passando comigo e minha vida. Não tenho resposta para me dar. Fico só na imaginação, sem entender o porquê. Olho para o tempo e vejo como um furação devastador que destrói tudo pela frente, assim está sendo comigo. Tudo que faço dão errado. Meus pensamentos já não são firmes como antes e os meus projetos, que sempre quis que fossem realizados, não estão dando certo. É uma briga dentro do meu consciente de não admitir que tais coisas, que são muitas, jamais esperaria que acontecessem. Olho para o tempo sem ver o que passou e não sei o que virá. Só sei que estou inseguro, sem credibilidade até de pensar no que virá daqui pra frente.

Sei que logo logo passará essa tormenta, e quando passar, vai se transformar em uma chuva de bençãos sem limite para minha vida. É isso que espero. Eu me pergunto: por que o tempo passa tão depressa assim sem que eu não perceba? Por que tudo que achei ser certo deu errado? Mais uma vez fico sem resposta. Me volto para frente e vou em busca de um novo tempo, de uma nova inspiração, novos objetivos e projetos, sendo que dessa vez será com mais cuidado e firmeza, para não dar errado e me deixar na melancolia do desanimo de pensar que tudo acabou e será difícil para consertar o erro planejado no percurso, já fora de meu controle. O tempo em minha vida tem um grande objetivo: é de realizar tudo que ainda não fiz e pretendo fazer para ser um vitorioso. Eu sou como uma águia que nasceu para voar e viver no alto das mais altas montanhas, não nasci para ser galinha e viver no baixo, ciscando para debaixo de mim mesmo. Vou em busca do que quero, mesmo sofrendo e decepcionando até com os melhores amigos e parentes. Eu não baixo minha cabeça e nem deixo de lutar. Reconheço que muitas vezes penso em jogar a toalha e em desistir de tudo, mas nasci para vencer e vou vencer honestamente sem atropelar ninguém. Este é o meu dilema e meus sonhos. Não importa o tempo, só sei que vai chegar o meu e eu vou vencer.

Eu pergunto ao tempo: por que não paras e me deixas nos momentos felizes da minha vida, já que eu planejei tudo certinho sem ter falha alguma? Eu já fui forte como um aço blindado, sem corrosão e ferrugem, também como um lindo botão de rosa, quando desabrocha na primavera. Então veio o tempo e as levou uma a uma, espalhando-as pelo espaço, deixando só o talo seco. Eu me pergunto e me respondo: a passagem do tempo pode ser uma conquista e não uma perda. Pessoalmente, não tenho problema e sim esperança para começar tudo de novo. Não deixo que a tristeza do passado possa estragar o meu futuro. Eu só envelheço quando deixo de lutar, estou matriculado na escola da vida para ser forte e feliz. Minha vida pode ser complicada, mas olhando para trás, vejo que posso compreender e ver que me sobraram muitas lições para serem vividas daqui para frente. A resposta é: é preciso olhar para o tempo e sentir os dois lados, o bem e o mal. O tempo não pode parar. Há momentos em que, no tempo presente, eu me recupero dos erros e aprendo muito com a experiência que adquiri com ele, em outros, olho para o passado e vejo como tudo passa rápido como um raio sem que eu o perceba. Quando me dou conta já se foi e eu fiquei olhando sem ver nada, conversando comigo mesmo, me perguntando o porquê de tudo isso me acontecer.

Eu sou esse tempo que determina o que quero e o que vou fazer, mas nem sempre sai da maneira que eu planejei. Meus planos e projetos, saíram do meu controle como uma grande ventania sem saber por onde e de onde surgiu. Olho para dentro de mim, e busco um pouco de força com a experiência que aprendi para erguer minha cabeça e voar alto sem erros, para não me machucar de novo. Eu sou uma águia em busca da preza sem errar. Sou forte, inteligente, ambicioso, lutador, otimista, quem nunca perde o controle e a vontade de vencer. Eu sou um pequeno rio que corre em direção ao mar, passo sobre pedras, barrancos, areais, florestas, chegando até a perder um pouco do meu volume de água, mas não desisto do meu destino. E quando for chegada a hora, não serei mais um simples rio, e sim um grande oceano, sem fim.
(M. P. S.)


8 comentários:

  1. Gostei do seu post. Interessante. De fato, é um monólogo, de si, consigo. Sendo que um destes “si” ou “eu” é o tempo. O tempo como parte do seu “eu”. Mas, uma parte do seu “eu” sobre o qual você não tem controle. Não te espera, para que seus planos tenham “tempo” de se realizar. Como diria o poeta Cazuza “o tempo não para!” e Caetano completa “E no entanto, ele (o tempo) nunca envelhece”. Sim, esta parte de nós, o tempo, nunca envelhece. Quem envelhece somos nós, uma das partes deste nosso “eu” ... Não controlamos o tempo, mas afinal, será que temos controle sobre alguma coisa nesta vida?? Será que controlamos os resultados dos nossos planos, por mais “certinhos” e bem planejados que eles estejam?? Não, não controlamos! Existem fatores, aspectos e variáveis que são independentes de controles externos e internos! Sim, independentes de nós, de nossas vontades e de nossas expectativas, até mesmo independentes de Deus! Porque Deus, acredito, que deu esta independência aos mesmos. Por isso, não há de ser FORTE, há de ser FLEXÍVEL. Quando somos flexíveis, temos humildade para reconhecer que não falhamos, mas que não podemos controlar determinados fatores, situações e até mesmo, pessoas (principalmente as pessoas)! Flexibilidade talvez seja a resposta. Flexibilidade nos planos, nas expectativas, com o outro, com a vida e conosco!

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  2. Relembrar as coisas que os tempo nos proporcionou fazer, admitir que a maioria das escolhas que fizemos, delimitam o nosso presente e buscar ali na frente um novo tempo. Chegar, perder ou vencer, redirecionar...claro que tentamos controlar o tempo, mas parece que ele não está sendo suficiente, passa e nos vemos como num grande centro de exposições visualizando vários cenários de cada fase de nossa vida.
    Ah! Quanto erramos, quanto acertamos? Planos, projetos, dilemas...não há como detê-lo, marca nossa biografia sobre a humanidade e quando cessa a nossa existência, faz uma breve pausa e começa a marcar novamente até a nossa ausência. Mas que bom que vejo otimismo de sua parte no final, lindo! Sei qual é o seu oceano, também quero estar lá!

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  3. Em síntese:Filosófico, em alguns momentos dramático,mas sinalizando auto estima positiva e uma realidade incontestável,independente do resultado de projetos e sonhos "O TEMPO PASSA".

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  4. Como sempre, seus textos me levam a reflexões profundas sobre o que tenho feito, ou deixado de fazer, em minha vida. Realmente seria fantástico se o tempo parasse nos nossos bons momentos, mas correríamos o risco de perder momentos melhores ainda, não é? Vamos deixar que o tempo siga seu curso normal, com nossos erros e acertos, mas na certeza de que não estamos sós. Continue abençoando-nos com suas matérias, um abraço

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  5. josenita luz almeida4 de junho de 2015 às 20:59

    Escritor e amigo Milton. Gostei muito do seu monólogo. Esta sua história se confunde com a minha e com certeza de muitos outros e nos leva á reflexão: Quantas vezes paramos no tempo e ficamos a pensar em tudo que fizemos em nossas vidas? Em nossos sonhos que foram abortados no passado? nos projetos que de repente tomaram outro rumo? e assim, muitas das vezes, nos sentimos impotentes, frustrados, sem energia para continuar lutando, até mesmo por conta da idade e de vários outros fatores que envolvem nossas vidas.
    Mas logo, logo você ergue a cabeça e assume a posição de uma pessoa disposta a continuar lutando, a vencer seus desafios, mas desta vez com mais cautela, mais cuidado para não errar; uma posição de guerreiro, de uma verdadeira águia que ainda quer e vai conseguir voar muito alto. O encerramento foi perfeito com uma grande dose de otimismo e autoestima.
    Você nos incentiva a não ter medo de vencer os obstáculos, deixar de ser um rio simplesmente ( pensar pequeno, sem perspectivas) e passar a ser um grande oceano ( com todos os seus sonhos realizados). Parabéns e obrigado por me levar a refletir sobre isto !

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  6. A reflexão nos faz pensar,que devemos continuar sem nos lamentar, porque o tempo não pode parar e a vida é um eterno recomeçar! O ser é como o bambu , verga mas não quebra! E você na sua flexibilidade, esta sempre a caminhar em direção o que a vida tem á te ofertar! Os obstáculos fazem parte do crescimento evolutivo e Deus na sua sapiência deixa o ser continuar e fica a observar a semente que está a germinar! Parabéns pelo texto e continue a semear porque um dia tudo irá brotar no coração daqueles que estão prontos para mudar! Paz e Luz! Lilian

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  7. Aplausos, poeta! O seu monólogo nos faz refletir o quanto a vida é efêmera...Não podemos perder tempo...e tornar as "perdas", experiências para continuarmos a caminhada em direção ao nosso destino.Abraços , Cida Rios de Minas Gerais - Brasil

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  8. Obrigado pela informação e por ter visitado meu Blog.
    Fiquei feliz por ter gostado
    Um abraço e volta mais vezes.
    Autor

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