sexta-feira, 5 de agosto de 2016

“Eles me chamaram de maluca, sem saber do meu amor pelos meus filhos”



Numa pequena cidade, na grande Natal, capital do Rio Grande do Norte, uma humilde mulher denominada Graciane, era lavradora em um pequeno sitio e com esse emprego sustentava uma família de 4 filhos, sendo dois especiais, enfermos de uma moléstia rara e sem cura: a Distrofia muscular.

Segundo a lavradora, ela levou seus dois filhos para uma consulta a um médico especialista e ele lhe disse que os dois filhos tinha essa doença. O mais velho estava condenado a morte e, segundo seu diagnóstico, não tinha perspectiva de chegar aos vinte anos. Foi então que ela entrou em pânico e, para fazer seus filhos um pouco felizes, ela inventou de tirar fotos malucas para chamar atenção dos dois. E deu certo.

Graciane revelou que trabalhava o dia todo na roça com seu marido e duas filhas, menores de idade, para manter o sustento da casa e cuidar dos dois filhos especiais. Só que quando ela chegava cansada e ia falar com os dois, eles estavam muitos tristes e não respondiam nada. Então seu coração de mãe se entretecia de ver seus filhos assim. Foi então que ela teve a ideia de comprar um celular para tirar suas fotos malucas para mostrar aos filhos para eles ficarem mais contentes. E isso deu certo. Só que ela passou do limite, passou a tirá-las encima da casa, das pedras, dos murros, das árvores, encima do fogão com as bocas ligadas, em cima da panela de pressão, e suas fotos foram fazendo tanto sucesso que alguém lhe aconselhou a pô-las na internet. E assim ela o fez.

Em poucos meses seus vídeos “estouraram” na rede, ultrapassando 10 mil compartilhamentos. Contra ela que Graciane perdeu o medo das alturas e do perigo só para fazer seus filhos felizes. Tendo nota disto, um programa de TV, exibido aos os domingos a tarde, convidou-a para conhecer São Paulo. Sem ela saber o que iria acontecer, passou oito dias cuidando de si, da saúde da pele, dos dentes e de sua aparência.

Além disso, o programa proporcionou um encontro com seu cantor predileto, Amado Batista. O apresentador o levou ele para fazer uma surpresa para ela. E quando tudo estava pronto, ela foi chamada ao palco e, quando foi entrevistada, o apresentador chamou o cantor e ele a abraçou por trás, cantando-lhe seus maiores sucessos. Ela quase desmaiou de alegria e satisfação, pois havia realizado vários sonhos que por muito tempo eram tidos como impossíveis.

Concluo esse relato lhes dizendo que essa humilde e corajosa mulher deixou os profissionais que lhe transformaram totalmente admirados pela sua coragem e seu amor pelos filhos. Ela ganhou um total de 45 mil reais e um pequeno sítio, doado por uma imobiliária do Rio Grande do Norte. E mesmo virando uma linda mulher, moldada pelo poder econômico, o qual transformou uma simples mulher que nunca tinha entrado no salão de beleza em uma rainha, ela continuou tirando as fotos malucas em São Paulo, subindo nas bancas de jornais, em cima de ônibus, nos monumentos e nos lugares mais bizarros que se pode imaginar. Eu assisti e torci por ela, pela sua simplicidade, necessidade e amor por seus filhos. Confesso que cheguei a chorar pela a felicidade dela e aprendi que nunca é tarde para ser feliz. A data de 24/07/2016 jamais será esquecida.
Autor M. P. S.


3 comentários:

  1. eliana sales- Manaus-Am5 de agosto de 2016 às 13:50

    Meu querido poeta, que história de vida linda, você traz ao teu leitor. Me emocionei com a coragem, simplicidade e determinação dessa mulher. Suas ações só vem comprovar que quando amamos somos capazes retornar possível o impossível.

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  2. eliana sales Manaus Am5 de agosto de 2016 às 14:00

    **somos capazes de tornar o impossível no possível.

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  3. Quando há amor de verdade é possível enfrentar todas as dificuldades.

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