sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Pensando na minha infância




Meus pensamentos vão onde minha vista e meus braços não alcançam. Penso em meu passado, em meus doces tempos de criança, quando eu e meus coleguinhas brincávamos sem medo e sem hora para voltar das coisas boas e maravilhosas que fazíamos na natureza, colhendo frutos e tomando banho nos belos rios que existiam em nossa época.
Nunca saíram de minha mente tais lembranças. Olho para o passado, e vejo os rios, as lagoas, os pés de árvores que dão frutos de todos os tipos. Por que não recordar dos animais, como os jegues, cavalos, vacas, e muitas criações de aves nos arredores das casas nossas e dos vizinhos que moravam perto uns dos outros.
Sinto-me a vontade de ser criança novamente só para desfrutar das coisas do passado, que hoje o capitalismo já avançado acabou com tudo de bom e saudável da vida que vivemos no interior. Do modo como as coisas estão hoje, a infância nunca mais voltará a ser como antes.
Na minha mente eu vejo o caminho desenhado com meus amigos e companheiros, no qual cada um seguiu uma trilha diferente, à procura de seus objetivos em lugares bem distantes. Como foi bom poder ver e viver uma vida pacata, feliz e diferente da de hoje, industrializada.
Na tela dos meus pensamentos, sempre busco guardar os doces momentos de minha feliz infância que meus filhos e netos jamais terão. Falo isso pois tenho dois filhos e vivi  levando-os para alguns parques, completando sua infância com os brinquedos fabricados nas indústrias. Os brinquedos de hoje em dia são bonitos, mas não despertam o senso de liberdade e a criatividade nas crianças, que vivem enjauladas, presas em casa sem ver o mundo lá fora e as belezas naturais criadas para nos fazer o bem e dar uma boa saúde mental.
Sinto pena das crianças de hoje que não sabem valor ao perfume de uma bela flor nascida no campo, que não admiram o verde do campo, o nascer do sol pela manhã e no entardecer. Esta saudade me acompanhará até os últimos dias da minha vida. Por fim, recordo-me da professora, nas salinhas onde estudava, da estrada beirando a mata. Lembro-me da bandinha que tocava no coreto da praça, dando uma volta pela cidade toda só para chamar atenção de todos. Essas lembranças são como se fossem um sonho nas horas mais profundas da noite, como quando tudo está calmo e você está no sono profundo e gostoso sem querer acordar.

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