segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Avançar sem medo




“Assim fala o Senhor dos Exércitos: Este povo diz: Não veio ainda o tempo, o tempo em que a casa do Senhor deve ser edificada." Ag 1: 2.

Participei de uma reunião na qual se discutia se a igreja devia permitir que uma das unidades saísse para estabelecer a obra num lugar novo. Alguém achava que não, e o argumento era que não havia dinheiro para construir uma nova capela. Os irmãos poderiam reunir-se hoje e amanhã numa casa. E depois? Esse irmão até citou as palavras de Cristo, quando disse que um construtor, antes de construir, primeiro se assenta e faz os cálculos: “A igreja está correndo um sério perigo quando avança e avança, sem ter dinheiro para construir. Temos que sofrer por nossa imprevisão”, disse para terminar sua argumentação.

Aquela pessoa estava correta, do ponto de vista humano. Planta por planta, orçamento por orçamento, não era lógico permitir que um grupo de irmãos partisse para abrir uma nova congregação sem um orçamento pronto, para a construção de um novo templo. Mas, quando é que chega o momento de avançar? O texto de hoje traz um desabafo divino: “Este povo diz: Não veio ainda o tempo, o de se edificar a casa do Senhor.”

Para ser fiéis à interpretação do texto, é bom saber que o Senhor está dizendo isso no tempo do profeta Ageu, porque o povo, sob a desculpa de que ainda não se tinha cumprido a profecia dos 70 anos de Jeremias, pensava que não tinha chegado o tempo para edificar o templo. A profecia dos 70 anos do cativeiro, que teve início com a destruição do templo em 586 a. C., terminaria em 518 a. C., e o povo argumentava que as dificuldades que tinham encontrado repetidas vezes na reedificação do templo, eram uma reprovação de Deus por sua precipitação.

Nada que valha a pena nesta vida se faz sem enfrentar dificuldades. O povo, no tempo de Ageu, é uma amostra de como se pode usar até uma profecia, para mostrar que devemos avançar só se houver orçamentos que respaldem nossa marcha. Diz a palavra do Senhor:

“Os israelistas não tinham uma verdadeira escusa para abandonar seu trabalho no templo. Quando surgiram as dificuldades mais sérias, é que deviam ter perseverado. Mas foram movidos pelo desejo egoísta de evitar o perigo despertando a oposição de seus inimigos. Não tinham fé. Vacilaram sem atrever-se a avançar pela fé nas providências com que Deus lhes abiria o caminho, porque não podiam ver o fim desde o princípio. Quando sugiram dificuldades, facilmente abandonaram a Obra. A história repetir-se-á. Haverá fracassos religiosos, porque os homens não têm fé. Quando olham as coisas que se vêem, aparecem impossibilidades. Sua obra avançará só quando Seus servos avançarem pela fé.”

Peço a Deus que ilumine nosso entendimento, para aplicar essa mensagem a todos os aspectos de nossas vidas.

Termino este texto com uma experiência que aconteceu comigo: Logo após o meu Batismo, eu comecei a pregar nas igrejas e a cantar no melhor grupo de Salvador. Foi uma fase muito boa na minha vida. Devido o meu conhecimento circular por toda grande Salvador, eu fui escalado para pregar sempre na igreja de São Cristóvão, uma igreja de 400 membros. Ela tinha uma escola e precisava de uma reforma urgentemente para aumentar a igreja e a escola. A direção foi à Associação, para requerer recursos para essa obra. Após terem sido negados os recursos financeiros, a obra não poderia ser realizada. Foi então que a Igreja ficou entrou em dilema: se podia usar os dízimo e as ofertas, para aplicar na obra de Deus. Eles fizeram uma reunião, e nesta houve um impasse entre os membros, sem chegar uma posição favorável à entidade. Então, eles me convocaram para que os orientassem. Minha orientação foi: usem os dízimos e as ofertas, para realizar as obras da casa do Senhor, pois Deus irá abençoar-lhes ricamente. Fui censurado por alguns membros mais radicais, que diziam ser pecado usar os dízimos para tal obra. Resumindo: Deus os abençoou tanto que reformou a igreja e a escola. Além disso, fundou outra igreja num bairro diferente, para plantar a mensagem do Senhor e colher muitos frutos. A Obra de Deus tem que ser feita com Amor e por Amor. Pensem nisso e usem o dinheiro de Deus em sua obra, seja ela qual for. Não podemos parar, temos que avançar.
Autor M. P. S.

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