sábado, 30 de dezembro de 2017

A solidão nas cidades grandes



Guarda-me, ó Deus, porque em ti me refugio. (Sm, 16:1).

Há muito tempo eu ia de Salvador para Ilhéus, minha cidade natal, na qual eu tinha uma fazenda. Em uma dessas viagens, conheci uma história de solidão. Meu companheiro de viagem, até então desconhecido, era um morador da região. Ele tinha olhos tristes e o rosto enrugado. Viajava com o olhar perdido através da janela.

-Vai a Ilhéus? Perguntei-lhe.

Ele disse que não. Dirigia-se a Itabuna, sua terra natal. Então me falou da tragedia de viver numa cidade grande como São Paulo:

-Fui lá com a minha família, procurando trabalho. E nada. A gente se sente só, girando pelas ruas como um pião. Os cachorros, quando se encontram, pelo menos mexem o rabo. Mas os seres humanos não, comentou.

Fez uma pequena pausa, e prosseguiu:

-Uma noite, tinha chovido muito e o barraco em que morávamos estava molhado por dentro. Meu filho pequeno estava com muita febre e não parava de chorar e gritar nos deixando preocupados. E minha esposa, no hospital. Procurei ajuda aos vizinhos, mas ninguém tinha tempo e boa vontade para me ajudar. Procurei um médico e ele disse que o lugar que eu morava era muito perigoso naquela hora, e que iria somente se lhe pagasse o dobro. Dava vontade de morrer. Só... Só, no meio de tanta gente sem me ajudar ou me orientar do que fazer.

A experiência desse senhor é a mesma de milhares de pessoas que andam pelas ruas das grandes cidades brasileiras, como São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Perdido na multidão, cada indivíduo é um ser solitário e desesperado. Com razão, muitos psicólogos dizem que a mais terrível das doenças deste fim de século é a solidão.

As cidades absorvem o ser humano. A corrida é intensa, desde o nascer do dia até altas horas da noite. Caso queira vê-lo por si, basta ficar parado, à tardinha, no viaduto do Chá, em São Paulo, ou no Rio de Janeiro, na avenida Brasil, por exemplo. Lá verá que as pessoas correm loucamente. Elas nos arrastam em meio a esse turbilhão de apressados, para não perder seu transporte e seu emprego. Ninguém conhece ninguém. Cada um vive sua história, cada um corre atrás de seu sonho.

Se a gente parasse para pensar que existe um Ser que Se preocupa com cada indivíduo, Se interessa por nossos sonhos e percebe cada sorriso e cada lágrima, o mundo seria diferente. A solidão não teria mais vez e espaço nas nossas mentes e corações.

A solidão é uma inimiga perigosa para os seres humanos. A ideia de cada um só depender de si, pode levar a morte. Para evitar este mal, é aconselhável buscar a Deus, e uma ajuda de quem te ama. Não importa quem seja. O importante é sair da solidão, para não entrar numa perigosa depressão.
(Autor M. P. S.)

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