sábado, 9 de julho de 2011

Eu fiz minha parte



-Nunca mais haverá uma floresta como aquela!
Não que fosse muito grande, ou tivesse árvores altíssimas, ou a sombra mais refrescante. Não é que nela tudo era muito bonito. As árvores davam flores em diferentes meses, assim o ano inteiro havia, aqui e ali, árvores coloridas. Vejam as flores amarelas daquele ipê!  Nem o ouro é tão brilhante.
Colorido como um colírio para os nossos olhos. Fartura para as abelhas. Não existe outra floresta igual a nossa, comentavam os bichos. Satisfeitos como se a floresta fosse criação deles. Nela moravam animais grandes e pequenos, além de milhares de aves e insetos. Uma vez por mês todos se reuniam e cada um podia dar seu palpite, fazer reclamação. -As gabirobas este ano estão muito sem doce- queixou-se  um dos sanhaços. Mas as flores das jabuticabeiras nunca deram tanto pólen! -exclamaram as
abelhas. Dava gosto de ver, desde as minúsculas formigas até as musculosas onças-pintadas.  Naquela confabulação, o esperto macaco  aconselhou: não devemos nos lembrar só do que a floresta pode fazer por nós, mas do que nós podemos fazer por ela.
-Muito bem
-Bravo!
Todos batiam palmas.
-Se é assim, acho que devemos cuidar mais do jequitibá. A maior árvore da floresta, disse a anta, coçando a pequena tromba.
-Ele anda perdendo muitas folhas.
-É mesmo! O sol até já penetra entre seus galhos, avisavam as cigarras  na sua cantoria.
-Sinal de que está mal alimentado, respondeu o lobo.
O tatu foi logo falando:
-Tenho uma idéia! Eu faço uma porção de buracos perto do tronco do jequitibá e a gente coloca esterco neles. O que vocês acham ?
-Aprovado, exclamou o gavião.
-Com a chuva, o esterco vai penetrar fundo na terra e atingir  as raízes  da árvores, reforçando  a idéia o cachorro-do-mato.
-E o jequitibá, recebendo esse fortificante, vai agradecer, recobrindo-se de folhas como antigamente, exclamou a borboleta azul.
Cada um dava seu palpite, pensando sempre no bem-estar da floresta, que afinal, era casa de todos.
No entanto havia um passarinho, pequeninho de uma cor que ninguém saberia dizer
qual era: sem ser marrom, não era cinza, nem bege, um passarinho   muito  sem graça.
-Você nunca dá palpite? Sempre tão fechado feito um caramujo. Perguntou o avestruz
esticando o pescoço para ele.
O passarinho continuou sério e respondeu:
-Saber escutar os conselhos e as idéias dos outros também tem seu valor.
Todos viviam felizes dentro da floresta, debaixo de galhos, folhas e flores.
-Ela é a mãe que nos protege – comentavam entre si.
-Além dos frutinhos que nos dá para comer! Cantava o sabiá em tom agradecido.
Assim, naquele ano, como sempre acontece desde que o mundo é mundo, depois da primavera cheia de cores, veio o verão ardente, o dourado outono e , por fim, o inverno gelado.
                          
II

-Ninguém  gosta dele!
-Ninguém   gosta desse tempo!
-Ninguém   gosta do inverno- coaxavam os sapos à beira do riacho.
No  entanto não foi  um inverno rigoroso. Na árvores,  buraquinhos e formiguinhas se
Transformaram em pequenas cavernas onde os insetos e as avezinhas se escondiam,
 bem juntinhos, e assim esquentavam uns aos outros  durante toda a noite.
-Estou vendo, pensou o passarinho, todo encolhido dentro de um desses refúgios.
-São  sempre  as árvores da floresta que nos dão alimentos e proteção.
        E o inverno continuava. Sem chuva, os galhos ressecavam, os troncos  estalavam e logo o chão da floresta estava todo coberto de folhas secas, palha, pedaços  de pau e cipó.
-Faz tanto tempo  que não chove – reclamou o  coelho, que  gostava de tomar banho de chuva.
O pato selvagem    estava  preocupado:
-Até o riozinho que corta nossa floresta está diminuindo de largura. E até de profundidade.
- É metade do que  era ... – do riacho, veio  a queixa de todos os peixes.
-A gente até  consegue ver as pedrinhas no fundo.
-É mesmo! Como se alguém tivesse desviado  as  águas.
-Imagine !   É   só   falta de  chuva  mesmo-  explicou  o veado-mateiro, que vivia correndo por todos os cantos.-Já   fui verificar a nascente.
-E está  tudo em ordem? – perguntou o gambá.
-É ...Ninguém  desviou  água nenhuma . O  riacho está secando por falta de chuva  mesmo.
             Até  que um dia, sem ninguém  saber de onde nem  por quê, veio o fogo. As
labaredas, fazendo estalar os galhos e as folhas secas. Tudo tão rápido e assustador  que os animais só pensavam em fugir, apavorados.
               - Pernas, para que te quero! -exclamavam as  capivaras, correndo desengonçadas.
As codorninhas  e as perdizes  escapavam no seu vôo  rasteiro.
            As raposas pulavam os paus tombados como  se fossem  obstáculos.
Os  besouros e percevejos, aos pinotes, voavam por  onde o fogo e a fumaça ainda não tinham passado.
Onças e porcos-espinhos,  araras, papagaios e periquitos, mosquitos e borboletas, todos fugiam  o mais  depressa   que podiam.
Só  ficou o passarinho  calado. Resolvera  não fugir, pensando:  “Ué! Não é  agora a hora de fazer alguma  coisa pela floresta? Ela, que até hoje só nos protegeu?”
E, voando  até a nascente do riacho , encheu o seu pequeno  bico  de água, que veio derrubar sobre o fogo da floresta. A minúscula  quantidade de  água  sobre o fogaréu  imenso.
 E  voava da mata  para o riacho. Voltando sempre com o  biquinho  cheio de água, que derramava  sobre a floresta em chamas.
Do fogo para a água, da água para o fogo, incansável, sem parar para  pensar  no perigo que corria no meio da floresta  dominada pelo  incêndio.
Depois  de muito tempo, o fogo foi baixando e os outros bichos , admirados com a valentia   e   coragem   do passarinho,  voltaram para lhe perguntar:
            -Mas. . . de que adianta ou adiantou todo seu esforço?  Sacrificando  sua vida.
-Você não  conseguirá  apagar esse fogo da floresta. . .
Então o passarinho, que nunca falava mas muito  pensava, respondeu:
-Sei disso, mas, quando  o fogo se apagar e o chão estiver coberto de cinzas,
Se me perguntarem  o que fiz para  evitar  a destruição, posso responder:” Eu  fiz
o que pude!”

Concluindo  esta bela história e exemplo, devemos  tirar  uma lição e fazer alguma  coisa pelo nosso  estado e país.. Já que os nossos governantes  que entra no  poder    para fazer  algo   termina   acabando com tudo de bom que temos  e  destruindo  as florestas e campo.
Só para lhe beneficiar  sem olhar  para o amanhã.

III
                               
Fica aqui  um pedido para todos os leitores   desta  matéria,  se   ainda   não  plantou
um pé de árvore    que  plante,  e cuide bem dela.  Só assim teremos  um  planeta   melhor   para  nós  e  os nossos   filhos   netos  e  bisnetos.  Eu  Já  fiz   minha  parte.
Tenho um pequeno quintal e nele tenho  plantas de A - Z                     

                      ( Lucília . J. A. P. Adaptado   por  M. P. S . )  
            
                                          

    

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